sábado, 30 de janeiro de 2010

Sinestésico

Sinestesicamente falando
Eu não vejo a tua voz
Eu não ouço o teu pensar
Eu não cheiro o teu ouvir
Mas quem sou?
...Eu, que preciso sentir o não sentir
Comer o vento e abrigar meus pensamentos...

Relva fria e morna e frugal...
Menina doce, que amarga a cada olhar
Vividamente a mente consente e desmente
O que não se diz e o que não se cala e o que adormece
...Na cama de espinhos...
Que flutua no horizonte inimaginável
Móvel pensar
Passeando nos ares

Surrealisticamente quero
Voar a passos firmes tocando o chão
E caminhando no espaço inseguro
Em linha reta
Em plano obtuso
Vislumbre tolo

Caso o acaso casuisticamente se pronuncie
Não digo as tuas palavras
Como e mastigo
Porém não engulo a tua fala
Me engasgo com o teu discurso entrecortado
Natureza morta...
...Essência viva
Madrepérola-rosado-verde-claro-escuro tua pele

Ouço o teu cheiro
Vejo o teu sussurro
Respiro teu desejo
Toco o inatingível e aproveito para ter o que nunca se teve

Aplacando a ira do insensato
Nego o inegável
Aceito o que nunca se aceitou
Pelo simples fato de querer ser

Casualmente, calmamente, incansavelmente
Mente a tua mente que jamais desmente quando mente
Holisticamente quero desfragmentar
O separável, quero unir

Iconoclastas e seus ídolos mudos
Querem mover o estático, o tempo-espaço

O tempo espacial
Vaga...
...Não tem vaga no espaço nulo
-Vazio que se ocupa em se ocupar para se preencher...!

0 comentários:

Postar um comentário