sábado, 30 de janeiro de 2010

Sinestésico

Sinestesicamente falando
Eu não vejo a tua voz
Eu não ouço o teu pensar
Eu não cheiro o teu ouvir
Mas quem sou?
...Eu, que preciso sentir o não sentir
Comer o vento e abrigar meus pensamentos...

Relva fria e morna e frugal...
Menina doce, que amarga a cada olhar
Vividamente a mente consente e desmente
O que não se diz e o que não se cala e o que adormece
...Na cama de espinhos...
Que flutua no horizonte inimaginável
Móvel pensar
Passeando nos ares

Surrealisticamente quero
Voar a passos firmes tocando o chão
E caminhando no espaço inseguro
Em linha reta
Em plano obtuso
Vislumbre tolo

Caso o acaso casuisticamente se pronuncie
Não digo as tuas palavras
Como e mastigo
Porém não engulo a tua fala
Me engasgo com o teu discurso entrecortado
Natureza morta...
...Essência viva
Madrepérola-rosado-verde-claro-escuro tua pele

Ouço o teu cheiro
Vejo o teu sussurro
Respiro teu desejo
Toco o inatingível e aproveito para ter o que nunca se teve

Aplacando a ira do insensato
Nego o inegável
Aceito o que nunca se aceitou
Pelo simples fato de querer ser

Casualmente, calmamente, incansavelmente
Mente a tua mente que jamais desmente quando mente
Holisticamente quero desfragmentar
O separável, quero unir

Iconoclastas e seus ídolos mudos
Querem mover o estático, o tempo-espaço

O tempo espacial
Vaga...
...Não tem vaga no espaço nulo
-Vazio que se ocupa em se ocupar para se preencher...!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

SEMIÓTICA

Os signos pululam em representações

Porém, eles não são o que representam

E nem representam o que são

Semiose linguística

Semiologia

Gremais, Saussure, Pierce

Estruturalismo, não-estruturalismo

Os signos se arvoram em ser

E solicitam interpretações

Abstração x concretude

Paupabilidade e materialismo x subjetivismo

Relacões empíricas

Dedução

Abstração

Indução

Abdução

Primeiridade

Secundidade

Terceiridade

Sentido

Significado e significante

O sentido em si

Dualismo x relações triádicas

Em qual perspectiva tudo se realiza?

O universo lido, entendido, vislumbrado

A relação das coisas, as coisas em si

Coisas com elas mesmas são o que são

Relacionando-se e interagindo

O mundo sígnico...

Apenas, Semiótica!

domingo, 24 de janeiro de 2010

Para aqueles que partem sem dor

Fitando o inexprimível que estava ao alcance de todos
Escusando- se do mal praticado
Ás vezes adorado e santificado
Cânon de paixões
Refreando o sentimento impudico e insaciável e inimaginável
Do apego frugaz e inóspito, inabalável e salutar
Na velocidade do tempo
Na velocidade da luz
Abrigo para os mortos
Néctar dos deuses
Inquebrantável a tua alma
Objeto de desejo espúrio
Negavas o que amavas e aceitavas o que te oprimia
Virgem
Te debruçavas no altar de isopor
O que quebra é o piso de gesso sob teus pés
Menina
O que tramas é o que não se vê
Mulher
Perturbadora
Bebes no teu cálice
Amada
Vives como se nada pudesse te deter
Insana
Mártir das fabulas inexplicáveis
Pérfida Diana dos gregos
Sedutora
Extirpas as virtudes sem dolo
Vomitas o fogo irrepreensível e o apagas com lágrimas não derramadas
Ecoas a bondade pútrida que exala do teu cheiro
Imutável
Dama de muitos nomes
Estigma irrefreável dos amantes acalorados
Haveria algum bem escondido no teu hálito?
Tudo se espera e tudo se crê por causa da tua visão arrebatadora
Imagem sem rosto
Os teus seios desnudos e carnudos
Inspiram voluptuosidades múltiplas e infindas
Acaricias os moribundos
Que partem tranqüilos arrebatados pelo êxtase de teu amor!

sábado, 23 de janeiro de 2010

Semiótica e Informática

Sendo a Semiótica uma ciência jovem e ainda não muito conhecida, alguns
questionamentos no tocante a sua eficácia e mesmo em relação a sua utilidade vêm sendo feitos desde o seu surgimento. A sua aplicabilidade também se questiona não raras vezes. A possibilidade de a Semiótica ser utilizada na interpretação dos fenômenos ocorrentes em ramos distintos da ciência gera certa desconfiança e alguns se perguntam: como pode algo ter uma aplicação tão generalizada?
Charles Sanders Peirce denominava-se antes um lógico do que um semioticista. A lógica é o elemento comum de todas as ciências. Este é o princípio que credencia a Semiótica, lembrando que Peirce dividiu a lógica em dedutiva, indutiva e abdutiva; desta forma cada ramo da ciência trabalha com um tipo específico de lógica.
A transmissão eficiente de conteúdos informacionais, o entendimento, a compreensão, o aprendizado, a interpretação sígnica fazem parte do processo de construção do pensamento. A eficácia na difusão das informações e a compreensão lógica do conteúdo em forma de signo (imagem, texto, som etc) formam a base do trabalho intermediado pela semiótica. Sistemas de comunicação visual ou interfaces gráficas tendo como medium o computador dentro de um contexto de ambiente hipermídia são um terreno propício, fecundo ao processo de semiose. O conceito de ícone se popularizou a partir dos anos 80, entretanto, o seu real significado e origem remetem aos conceitos semióticos.
A grande questão é que quando se fala de signos, semiótica e possíveis contribuições interpretativas dentro da informática, acredita-se muitas vezes que toda e qualquer colaboração da semiótica se dará exclusivamente no que se refere à interpretação de ícones, o que não é verdade, pois a semiótica enquanto ciência e filosofia da linguagem tem bases e fundamentos para interpretar fenômenos de linguagem e comunicação em qualquer tipo de atividade humana, utilizando-se de outras abordagens.