domingo, 24 de janeiro de 2010

Para aqueles que partem sem dor

Fitando o inexprimível que estava ao alcance de todos
Escusando- se do mal praticado
Ás vezes adorado e santificado
Cânon de paixões
Refreando o sentimento impudico e insaciável e inimaginável
Do apego frugaz e inóspito, inabalável e salutar
Na velocidade do tempo
Na velocidade da luz
Abrigo para os mortos
Néctar dos deuses
Inquebrantável a tua alma
Objeto de desejo espúrio
Negavas o que amavas e aceitavas o que te oprimia
Virgem
Te debruçavas no altar de isopor
O que quebra é o piso de gesso sob teus pés
Menina
O que tramas é o que não se vê
Mulher
Perturbadora
Bebes no teu cálice
Amada
Vives como se nada pudesse te deter
Insana
Mártir das fabulas inexplicáveis
Pérfida Diana dos gregos
Sedutora
Extirpas as virtudes sem dolo
Vomitas o fogo irrepreensível e o apagas com lágrimas não derramadas
Ecoas a bondade pútrida que exala do teu cheiro
Imutável
Dama de muitos nomes
Estigma irrefreável dos amantes acalorados
Haveria algum bem escondido no teu hálito?
Tudo se espera e tudo se crê por causa da tua visão arrebatadora
Imagem sem rosto
Os teus seios desnudos e carnudos
Inspiram voluptuosidades múltiplas e infindas
Acaricias os moribundos
Que partem tranqüilos arrebatados pelo êxtase de teu amor!

0 comentários:

Postar um comentário